Desde segunda-feira (14), equipes do Ibama e do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) estão empenhadas no combate a um incêndio que atinge a Barra de São Lourenço, na divisa entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. A linha de fogo, que se estende por 40 km, apresenta condições desafiadoras para os brigadistas, devido ao vento que altera constantemente a direção das chamas. A prioridade das equipes é proteger a vida humana e criar barreiras para resguardar a comunidade local, uma vez que o combate direto ao fogo é considerado inviável nas atuais circunstâncias.
Os incêndios no Pantanal têm sido registrados desde outubro do ano passado, e a origem deste novo foco, que se acredita ter sido causado por um raio, ainda está sob investigação. Estima-se que a área queimada já ultrapasse 400 km², afetando não apenas a fauna e flora locais, mas também as comunidades tradicionais, como ribeirinhos e indígenas, que habitam a região. A situação é alarmante, especialmente para uma das famílias indígenas, cuja residência está sob ameaça direta das chamas.
Além dos incêndios, a região enfrenta a pior seca já registrada, com níveis históricos do rio Paraguai que atingiram -67 cm. Dados do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul indicam que a escassez de chuvas tem sido severa, com um déficit acumulado de 395 mm em relação à média esperada para o período. Desde o início de 2024, mais de 2 milhões de hectares foram devastados pelas chamas, o que equivale à área total do estado de Sergipe. A recuperação da Bacia do Rio Paraguai deve ser lenta, com expectativas de que os níveis permaneçam críticos até o final de novembro.