O Parque Estadual Guajará-Mirim e a Estação Ecológica Soldado da Borracha enfrentam uma crise severa de incêndios, com a perda de grandes áreas de vegetação. Desde julho de 2024, o Parque Guajará-Mirim, que abrange cerca de 216 mil hectares, viu mais de 100 mil hectares consumidos pelas chamas. Da mesma forma, a Estação Ecológica Soldado da Borracha perdeu 163 mil hectares de floresta, totalizando uma devastação significativa nas áreas protegidas do estado. Os incêndios, considerados criminosos, estão associados a práticas de desmatamento e grilagem, intensificadas por ações de desregulamentação que visavam reduzir as áreas de proteção.
Os incêndios em Rondônia atingiram níveis alarmantes, com o estado registrando um aumento no número de queimadas, especialmente em áreas protegidas. As ações do governo e a resposta das autoridades ambientais foram questionadas, com atrasos significativos na mobilização de recursos e no combate efetivo às chamas. Além disso, a falta de apoio aéreo dificultou a atuação das equipes de combate, que enfrentaram armadilhas e resistência organizada por invasores. O Ministério Público local tem trabalhado em operações para enfrentar esses incêndios e responsabilizar os envolvidos, apontando a necessidade de uma coordenação mais eficaz entre os órgãos responsáveis.
As questões legais envolvendo a proteção dessas áreas também têm sido um foco de preocupação. Leis e decretos estaduais que buscavam reduzir ou extinguir as áreas de conservação foram considerados inconstitucionais, refletindo a luta entre a preservação ambiental e os interesses de exploração da terra. As discussões sobre regularização de invasões e a necessidade de uma proteção mais robusta para as florestas têm sido ressaltadas por especialistas, apontando que a ineficiência na proteção das unidades de conservação contribui para o aumento de conflitos e da degradação ambiental.