O estado de São Paulo enfrenta uma grave crise ambiental devido aos incêndios florestais que têm atingido a região do cerrado, com 5,65 milhões de hectares queimados em agosto de 2024, o que representa quase 50% de toda a área queimada no Brasil. A situação é considerada catastrófica pela Secretaria de Meio Ambiente, que destaca o impacto profundo na fauna local, com muitos animais perdendo seus habitats e a possibilidade de reabilitação reduzida. Desde o início dos incêndios, apenas 41 dos 95 animais resgatados pelos Centros de Triagem e Recuperação de Animais Silvestres (Cetras) sobreviveram, e poucos poderão ser devolvidos à natureza.
Os desafios para o resgate e recuperação de animais estão amplificados pela dificuldade de acesso às áreas afetadas e pela intensidade dos incêndios, que impedem a fuga de muitos animais. A médica veterinária Maria Ângela Panelli e outros voluntários relataram que a mortalidade animal foi alarmante, com muitos bichos não conseguindo escapar antes de serem resgatados. As clínicas veterinárias e os profissionais de saúde animal têm oferecido apoio, mas a demanda foi menor do que o esperado, refletindo a gravidade da situação.
Além das dificuldades operacionais, voluntários enfrentam burocracias ao tentarem encaminhar os animais resgatados para os Cetras, gerando frustração e receio de represálias. A Polícia Ambiental reconhece a importância do apoio voluntário, mas enfatiza a necessidade de seguir protocolos legais para evitar infrações ambientais. A secretária de Fauna Silvestre do estado ressalta que a soltura de animais resgatados não é viável no momento, dado a falta de habitats adequados, sublinhando a urgência de ações para a recuperação do ecossistema afetado.