As campanhas de multivacinação, destinadas à atualização da caderneta de vacinação, são essenciais para aumentar a cobertura vacinal e fortalecer a imunidade coletiva, prevenindo surtos de doenças graves. Especialistas ressaltam que não há risco na aplicação de múltiplos imunizantes no mesmo dia, e a presença de profissionais de saúde garante que as vacinas sejam administradas de maneira segura e eficaz. A coordenadora do Observatório de Saúde na Infância enfatiza a importância de não perder oportunidades de vacinar as crianças, e os benefícios da imunização superam possíveis reações leves.
A abordagem da multivacinação é particularmente relevante em um cenário de desinformação e resistência a vacinas. Com um histórico de sucesso na erradicação de doenças como sarampo e poliomielite, as campanhas buscam garantir que a população esteja protegida contra surtos, especialmente diante do risco de reintrodução de doenças no país. O Ministério da Saúde aponta que, atualmente, a cobertura vacinal está em torno de 85%, abaixo da meta ideal de 90% a 95%, o que preocupa especialistas em saúde pública.
A percepção do risco de doenças evitáveis diminuiu com o tempo, levando a um menor interesse pela vacinação. A médica Isabella Ballalai observa que, após a erradicação de certas doenças, as pessoas podem subestimar a necessidade de imunização, especialmente com a desinformação exacerbada pela pandemia de covid-19. A multivacinação é vista como uma estratégia eficaz para reengajar a população e aumentar a cobertura vacinal, assegurando que crianças e adolescentes sejam devidamente protegidos contra doenças graves.