O aumento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, impulsionado pela queda das taxas americanas e pelo aumento da Selic brasileira, é visto pelo mercado como um fator positivo para o real e a Bolsa brasileira. Além disso, os trilhões em estímulos fiscais anunciados pela China também são considerados um incentivo às exportações brasileiras, especialmente de petróleo e minério de ferro. No entanto, a gestora Ibiuna alerta que essas condições não devem beneficiar os ativos brasileiros devido às fragilidades estruturais do país.
Segundo a Ibiuna, o Brasil está mais suscetível a sofrer com aversões a risco do que a se beneficiar das mudanças na política monetária do Fed e dos estímulos chineses. O relatório da gestora destaca o expansionismo fiscal motivado por questões políticas como uma das principais fragilidades, criando incertezas sobre a trajetória da dívida pública. Essa situação levou o Banco Central a aumentar os juros em setembro, alinhando-se a uma postura mais rígida em resposta à pressão fiscal.
Em sua estratégia de investimento, a Ibiuna adota uma postura defensiva, focando em renda fixa diante da expectativa de alta nas taxas de juros e inflação no Brasil. A gestora também prevê a depreciação do real e mantém uma posição vendida em relação ao câmbio. Para o portfólio internacional, a Ibiuna investe em países desenvolvidos e emergentes, além de apostar em índices futuros de ações americanas e no ouro, refletindo uma expectativa de queda nas taxas de juros até o fim do ano.