O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) solicitou novos esclarecimentos à Petrobras a respeito do licenciamento ambiental para a perfuração de poços na Bacia da Foz do Amazonas. Apesar dos avanços reconhecidos na documentação apresentada, o órgão ainda considera necessária uma adequação integral do Plano de Proteção à Fauna, principalmente em relação à presença de veterinários nas embarcações e ao número de helicópteros para emergências. A bacia é um ponto central da controvérsia entre a Petrobras e o Ibama, envolvendo uma faixa marítima rica em potencial de exploração de petróleo e gás.
Os contratos de concessão de petróleo e gás no Brasil seguem duas fases: exploratória e de produção. Recentemente, a Petrobras iniciou perfurações na Margem Equatorial, com a identificação de hidrocarbonetos em um dos poços. No entanto, o histórico de problemas ambientais da empresa, como vazamentos significativos no passado, levanta preocupações sobre a viabilidade da exploração na região, especialmente diante da necessidade de rapidez nas respostas a possíveis acidentes. O tempo estimado para deslocamento de embarcações em caso de emergência é alarmantemente longo, o que agrava os riscos associados.
Além das questões de licenciamento e riscos operacionais, estudos recentes indicam que não são necessárias novas fontes de combustíveis fósseis para atender às metas climáticas globais. A Agência Internacional de Energia defende que, para alcançar emissões líquidas zero até 2050, não devem ser iniciados novos projetos de extração. No Brasil, pesquisas mostram que a transição energética pode ser viável sem a expansão de fontes fósseis, especialmente com as reservas comprovadas existentes, como as da região do Pré-Sal. Assim, a Petrobras enfrenta um dilema entre a exploração e a responsabilidade ambiental em um contexto de crescente pressão por sustentabilidade.