Em 1889, Campinas enfrentou um surto devastador de febre amarela, que afetou severamente a população, incluindo ex-escravos, imigrantes e os mais pobres, enquanto os mais abastados abandonaram a cidade. O escritor e historiador Jorge Alves de Lima documentou essas epidemias em três obras, abordando a origem do surto e seu impacto na vida da cidade. O início da epidemia é associado à chegada de uma jovem professora, Rosa Beck, ao Brasil, que, após ser picada por um mosquito infectado, faleceu rapidamente, contribuindo para a propagação do medo e da desinformação entre os moradores.
No dia 18 de abril de 1889, a cidade estava em um estado crítico, com apenas 5 mil habitantes restantes e 58 mortes registradas em um único dia. O pânico tomou conta, e o governo chegou a considerar mudanças geológicas como uma solução, acreditando que a doença poderia ser transmitida pela terra. Medidas extremas foram tomadas, incluindo a queima de materiais na tentativa de controlar a epidemia, o que resultou em mais mortes por asfixia e doenças pulmonares.
Com a chegada de médicos sanitaristas que propuseram melhorias nas condições de higiene da cidade, o quadro começou a mudar. As iniciativas de limpeza gradualmente ajudaram Campinas a se reerguer, atraindo o retorno de antigos moradores e imigrantes italianos que contribuíram para a revitalização do comércio. Jorge Alves de Lima está atualmente trabalhando em uma nova obra, “Campinas 1892”, que promete retratar o cotidiano dos campinenses durante este período tumultuado.