Em uma entrevista ao Sistema Sagres, o especialista em veículos elétricos Gabriel Biachin discutiu as vantagens e desafios dos carros híbridos, posicionando-os como uma alternativa intermediária na transição energética. Biachin destacou que, apesar de apresentarem benefícios ambientais, os veículos híbridos têm uma manutenção mais complexa devido à integração de sistemas de combustão e elétrico. A presença de engrenagens planetárias para conexão com a tração pode elevar os custos de reparo, além de os modelos plug-in requererem um carregador interno.
Biachin também comentou sobre a autonomia variada dos veículos híbridos, que pode variar de 50 a 180 km, ressaltando que os modelos de luxo, com maior autonomia, estão fora do alcance da maioria dos consumidores. A flexibilidade no uso de energia é uma das principais vantagens, permitindo que os motoristas escolham entre carregar na tomada ou usar apenas combustível. Embora os híbridos poluam menos do que os veículos a combustão, Biachin enfatiza que os carros elétricos são superiores em termos de emissões, especialmente considerando a matriz energética de cada país.
Além disso, a limitada infraestrutura de recarga é um obstáculo ao crescimento dos veículos elétricos no Brasil, mas Biachin acredita que isso não impede totalmente o avanço do mercado. Os híbridos, ao permitir o uso da rede de abastecimento tradicional, oferecem uma solução intermediária. A escolha entre um veículo híbrido e um elétrico puro deve levar em conta o perfil do consumidor, já que a complexidade e os custos de manutenção dos híbridos podem não compensar os benefícios em todos os casos. Com a crescente conscientização ambiental e melhorias na infraestrutura, o futuro automotivo parece apontar para uma coexistência de tecnologias.