Fernando Haddad, ministro da Fazenda e figura de confiança do presidente Lula, enfatiza a necessidade de a esquerda brasileira se reestruturar e apresentar um projeto claro para o futuro. Em entrevista, Haddad destacou que a extrema-direita tem conquistado espaço na sociedade ao oferecer um “horizonte distópico”, aproveitando-se da falta de propostas renovadas e inspiradoras por parte da esquerda. Ele critica a nostalgia por estruturas políticas do século 20, que não se adaptaram às crises contemporâneas, e defende uma reflexão profunda sobre o que significa realmente emancipar e equalizar a sociedade.
Haddad argumenta que a esquerda precisa ir além de críticas e buscar formulações teóricas que resgatem um sonho coletivo e um projeto político robusto. Ele acredita que a política é intrinsecamente ligada a promessas e que, sem um horizonte utópico, a sociedade corre o risco de cair em distopias, dando espaço para a ascensão de movimentos extremistas. Para ele, é crucial que a esquerda atualize suas propostas e recupere a confiança da população, especialmente em um cenário onde o extremismo parece estar ganhando força, como demonstrado nas recentes eleições municipais.
Além disso, Haddad mencionou que a construção de uma “terceira via” é uma ilusão, pois os candidatos dessa categoria estão, na verdade, alinhados a ideias extremistas. Ele expressou preocupação com o futuro político do país, afirmando que é fundamental para a esquerda se renovar e convencer a população de que há uma alternativa viável que defenda a democracia e os direitos sociais. Com Lula se preparando para uma possível reeleição em 2026, Haddad acredita que as reflexões atuais são cruciais para moldar o cenário político do Brasil nos próximos anos.