O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou sua preocupação com os resultados das eleições municipais no Brasil, onde o centro e a direita ampliaram sua presença política. Durante um evento do Itaú, ele ressaltou que o conservadorismo está em ascensão globalmente e que, atualmente, há espaço para uma variedade de retóricas que antes eram consideradas improváveis. Haddad afirmou que a sociedade enfrenta um cenário mais distópico e conservador do que se imaginava, evidenciando a fragilidade de algumas conquistas sociais.
O ministro refletiu sobre a persistência de discursos anticientíficos, antidemocráticos e intolerantes, que ele esperava que diminuíssem, mas que, ao contrário, ganharam força. Ele mencionou que até pessoas que deveriam ser mais críticas e informadas manifestam ceticismo em relação a temas como vacinas e mudanças climáticas. Essa realidade, segundo Haddad, não contribui para um futuro promissor e deve ser enfrentada com uma abordagem centrada na ciência e no respeito à democracia.
Haddad também indicou que o fenômeno do conservadorismo se intensificou nos últimos dez anos, associando-o a eventos como a Primavera Árabe. Ele enfatizou a necessidade de o Brasil fortalecer suas instituições e basear seu desenvolvimento econômico em princípios científicos e democráticos, destacando que um ambiente institucional sólido é essencial para o funcionamento adequado da economia.