Nesta terça-feira, milhares de trabalhadores alemães iniciaram greves em diversos setores, especialmente engenharia elétrica e metalurgia, para reivindicar salários mais altos. A ação, promovida pelo sindicato IG Metall, afeta grandes empresas como Porsche, BMW e Mercedes e surge em um contexto de alta competitividade global, com empresas enfrentando custos elevados e exportações em queda. A situação agrava a pressão sobre o governo de coalizão liderado pelo chanceler Olaf Scholz, que se encontra em uma posição vulnerável com as eleições federais se aproximando.
A Alemanha enfrenta não apenas uma crise cíclica, mas uma crise estrutural, conforme apontado por representantes de grupos empresariais. Uma pesquisa indica que o país pode enfrentar um novo ano de contração econômica em 2024, evidenciando as dificuldades enfrentadas pelas indústrias, que incluem a possibilidade de perda significativa de empregos na transformação do setor automobilístico até 2035. Relatórios apontam que as empresas alemãs enfrentam custos muito superiores em comparação com concorrentes internacionais, dificultando sua competitividade.
Enquanto o governo debate medidas para impulsionar o investimento, como a flexibilização do limite de empréstimos, as divergências internas se intensificam. O clima de incerteza econômica e as paralisações organizadas pelos trabalhadores refletem uma inquietação crescente quanto ao futuro da indústria alemã e sua capacidade de se manter como um pilar econômico na Europa. As reivindicações salariais de 7% do IG Metall contrastam com a oferta de 3,6% das associações de empregadores, gerando um impasse nas negociações.