O Greenpeace Brasil divulgou a identificação de novos pontos de garimpo nas Terras Indígenas (TIs) Kayapó e Yanomami, que já enfrentam sérios problemas decorrentes dessa atividade. De julho a setembro de 2024, o garimpo causou o desmatamento de 505 hectares em diversas TIs, incluindo Kayapó, Yanomami, Munduruku e Sararé. A medição das áreas devastadas foi realizada com o auxílio de imagens de satélite, revelando um aumento de 44,48% na área desmatada em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Entre as TIs, a Kayapó foi a mais afetada, registrando um aumento de 35% em desmatamento, totalizando 315 hectares perdidos. Além disso, a Kayapó estabeleceu novos recordes em relação à concentração de área de garimpo e incêndios florestais. Em contrapartida, a TI Yanomami, embora ainda afetada, teve um aumento de 32% em sua área de garimpo, conforme a análise do Greenpeace, que contradiz informações do governo federal de que não houve novos registros na região em setembro.
Os dados indicam também um crescimento no desmatamento nas TIs Munduruku e Sararé, com aumento de 34,7% e 106,98 hectares desmatados, respectivamente. Apesar das operações de combate ao garimpo ilegal realizadas pelo governo, a situação continua crítica, com a organização ambiental pedindo ações mais efetivas. Informações obtidas pela Lei de Acesso à Informação mostram que, apesar de diversas operações conjuntas, a luta contra o garimpo e suas consequências ainda é insuficiente para preservar as terras indígenas.