Um áudio entregue à Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso expôs a reação de um magistrado ao ser confrontado por um advogado sobre alegações de recebimento de propinas em um processo de disputa de terras. O advogado, que defende uma família em um litígio, gravou a conversa após receber ameaças de morte. No diálogo, o magistrado expressa indignação e nega veementemente as acusações, qualificando-as como invenções fantasiosas. Ele solicita o arquivamento da investigação, argumentando a falta de provas que sustentem as alegações.
O advogado, em busca de proteção, relatou que um dos interessados na disputa fez tentativas de suborno e também desafiou-o a um duelo, evidenciando um clima de intimidação. O envolvimento de um terceiro, que teria declarado que havia “comprado” o magistrado para garantir uma decisão favorável, intensificou as denúncias. A situação se complicou com a confirmação de que o tribunal decidiu a favor do interessado na ação, levando o advogado a questionar a integridade do processo judicial.
Diante dos fatos, o magistrado expressou sua intenção de se declarar suspeito no caso e sugeriu que o advogado pedisse a nulidade da decisão que favoreceu o interessado. Entretanto, o afastamento do magistrado ocorreu devido a uma determinação do CNJ, não diretamente pela declaração de suspeição. A gravidade das denúncias e a possibilidade de manipulação no judiciário levantam questões sérias sobre a transparência e a ética nas decisões judiciais em Mato Grosso.