Após as eleições municipais, a equipe econômica do governo está preparando um pacote de cortes de gastos estruturais para ajudar o Executivo a cumprir as metas fiscais. A expectativa é que o ajuste fiscal necessário varie entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões, representando cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O ministro da Fazenda já iniciou discussões com o presidente para finalizar as medidas até o início de novembro, com a intenção de aprová-las no Congresso Nacional ainda este ano.
De acordo com informações de assessores, duas medidas em discussão poderiam gerar uma economia significativa, totalizando R$ 48 bilhões para o próximo ano. Essas ações visam reduzir gastos em áreas como o abono salarial, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o seguro-desemprego. O governo busca encerrar o próximo ano com um déficit primário zero, ou seja, equilibrar gastos e arrecadação sem aumentar a dívida pública federal.
A decisão de reduzir despesas estruturais surge após a constatação de que o aumento da arrecadação já não oferece mais espaço para um ajuste fiscal efetivo. Com meses de esforços voltados para aumentar as receitas, o foco agora se volta para a implementação de cortes nos gastos, um passo que é frequentemente considerado delicado e complexo na gestão pública.