O governo francês apresentou uma proposta orçamentária para o próximo ano, destacando cortes de gastos de 60 bilhões de euros para lidar com o crescente déficit fiscal. O primeiro-ministro ressaltou que a redução da dívida pública é uma prioridade, mesmo ciente dos desafios políticos envolvidos. O ministro da Economia anunciou uma diminuição de 40 bilhões de euros nas despesas públicas, que afetará todos os ministérios e resultará na eliminação de cerca de 2.200 postos de trabalho no setor público.
Além dos cortes, o orçamento prevê a criação de um imposto excepcional que terá impacto sobre aproximadamente 440 grandes empresas, com a expectativa de arrecadar cerca de 12 bilhões de euros. Essa mudança representa uma alteração significativa nas políticas econômicas anteriores, que priorizavam a redução de impostos. A proposta será submetida à votação na Assembleia Nacional, o que representará um teste importante para a atual administração em um cenário de preocupação com os altos custos de empréstimos da França, que superam os de nações como Alemanha e Espanha.
A Comissão Europeia também avaliará o projeto orçamentário, considerando que o déficit francês deverá ultrapassar 6% do PIB até o final do ano. Embora os cortes de despesas sejam substanciais, o governo garantiu que haverá investimentos significativos em áreas estratégicas, como Justiça e Forças Armadas, visando fortalecer a soberania e segurança do país.