O governo federal anunciou, nesta sexta-feira (25), a assinatura de um acordo que prevê o pagamento de R$ 132 bilhões em indenizações relacionadas à tragédia de Mariana, ocorrida em 2015 com o rompimento da Barragem do Fundão. Desse total, R$ 100 bilhões serão novos recursos destinados ao poder público, enquanto R$ 32 bilhões se referem a indenizações a pessoas afetadas e ações reparatórias. As mineradoras envolvidas afirmam já ter investido R$ 38 bilhões na reparação socioambiental por meio da Fundação Renova, que será extinta com a assinatura do acordo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a necessidade de investimentos em prevenção a desastres, ressaltando que os custos para evitar a tragédia teriam sido significativamente menores do que os gastos atuais. Ele também pediu que as ações de reparação sejam acompanhadas de perto para assegurar que as vítimas recebam o suporte necessário. O advogado-geral da União, Jorge Messias, destacou que o novo acordo busca atender às demandas históricas das comunidades afetadas e incluirá medidas para saúde coletiva e recuperação ambiental.
Apesar dos avanços reconhecidos, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) expressou sua insatisfação pela falta de participação nas negociações e considerou o valor acordado insuficiente para uma reparação integral. O acordo será homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar a judicialização prolongada do caso. Entre as principais obrigações das empresas, está a retirada de rejeitos e o reassentamento de comunidades afetadas, além da implementação de programas de assistência financeira para os atingidos.