O cientista político Cristiano Noronha analisou a postura do governo Lula em relação às finanças públicas, destacando a falta de ação efetiva no controle das despesas. Segundo ele, essa timidez do governo dificulta a criação de mais espaço orçamentário e, consequentemente, limita a implementação de políticas públicas eficazes. Noronha argumentou que, ao invés de focar em aumentos de tributos, o governo deveria priorizar o combate ao desperdício e aos gastos desnecessários, promovendo uma gestão mais eficiente dos recursos públicos.
Noronha também criticou a excessiva ênfase em propostas que visam aumentar a carga tributária, como a recente medida provisória que eleva a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e a intenção de taxar lucros e dividendos. Ele alertou que essas iniciativas podem ser vistas como contrárias à declaração do governo de não aumentar a carga tributária, o que gera uma sinalização negativa para o mercado. O analista prevê que o Congresso terá a oportunidade de escolher quais aumentos serão aprovados, o que pode levar a um debate mais seletivo e politizado.
Além disso, Noronha abordou a discussão em torno da reforma tributária, especialmente sobre o tamanho do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) no Brasil, que já é considerado um dos mais altos do mundo. Ele reiterou que, para que as reformas tributárias sejam bem-sucedidas, é crucial que o governo também se comprometa com a redução de gastos, promovendo um ambiente mais favorável ao investimento público e à correção de distorções no sistema tributário.