Os irmãos Batista não conseguiram assumir o controle da Amazonas Energia dentro do prazo estabelecido pela medida provisória do governo, que visava facilitar a compra da distribuidora de energia. A proposta de aquisição pela Âmbar, parte do Grupo J&F, enfrentou dificuldades na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), resultando na expiração da medida e na incerteza sobre os benefícios legais associados. A Justiça Federal havia determinado a transferência da distribuidora, mas a empresa preferiu aguardar a análise técnica da Aneel, que levantou questões sobre a capacidade da Âmbar em gerir a distribuidora e as condições financeiras da operação.
Além do impasse na transferência, a Âmbar permanece beneficiada por um contrato que lhe permitiu adquirir usinas termoelétricas, cujos custos podem impactar negativamente os consumidores, especialmente os de baixa renda, aumentando as tarifas de energia nas regiões Norte e Nordeste. O governo e a Aneel agora discutem a possibilidade de intervenção na distribuidora, com a expectativa de que a solução para os problemas financeiros da Amazonas Energia seja encontrada sem sobrecarregar os consumidores.
A situação revela um contexto de tensões entre a atual gestão e a agência reguladora, com alegações de boicote por parte dos diretores da Aneel, indicados na administração anterior. O ministro de Minas e Energia pressionou pela transferência de controle, argumentando que a intervenção governamental se tornaria necessária caso a transação não ocorresse. A dívida acumulada da Amazonas Energia, que ultrapassa R$ 11 bilhões, e os custos operacionais elevados continuam a ser um desafio significativo, exigindo uma abordagem cuidadosa e decisões que garantam a viabilidade econômica da distribuidora.