O governo federal decidiu não retomar o horário de verão em 2023, conforme anunciou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A medida, que costumava ser implementada entre outubro e fevereiro, foi avaliada devido à crise hídrica enfrentada pelo país, a pior desde 1950. No entanto, o ministro destacou que os reservatórios atingiram níveis satisfatórios de eficiência graças a ações ao longo do ano, tornando desnecessária a adoção imediata da política. A possibilidade de retomada em 2024 permanece em análise.
A discussão sobre o horário de verão ganhou força diante do cenário energético desfavorável, marcado pelo acionamento frequente de termelétricas, mais caras. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) havia sugerido que a medida poderia aliviar a pressão no sistema entre 18h e 20h, período de maior demanda. Entretanto, o governo optou por outras estratégias, como o programa Resposta da Demanda, que incentiva grandes consumidores a reduzirem o consumo em troca de remuneração.
Setores como o de aviação manifestaram preocupação com a possível volta do horário de verão, alegando a necessidade de pelo menos seis meses para adaptação de sistemas. A decisão final considerou esses impactos logísticos, além de avaliações anteriores que apontaram mudanças no comportamento de consumo, como o aumento no uso de ar-condicionado, que reduziram a eficácia da medida no passado. A política, que antes abrangia estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal, segue suspensa por enquanto.