O governo federal anunciou a criação de um grupo de trabalho no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, conhecido como Conselhão, com o objetivo de analisar a situação dos juros elevados no Brasil. Durante a reunião com os principais banqueiros do país, o economista Aod Cunha destacou que a manutenção da taxa Selic em níveis altos é consequência de um histórico de desajuste fiscal, onde os gastos superam a arrecadação, forçando o Tesouro Nacional a emitir mais dívidas.
Cunha também apontou que a pressão inflacionária constante no Brasil é resultado de um cenário onde a demanda por crédito supera a capacidade de poupança interna. Essa situação leva o Banco Central a aumentar a taxa de juros em doses maiores para controlar a inflação, o que agrava ainda mais o problema. O economista mencionou que créditos direcionados, que possuem taxas menores, também não são impactados diretamente pela Selic, contribuindo para a complexidade da situação fiscal.
A reunião resultou em uma avaliação positiva da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) sobre os esforços do presidente Lula em buscar um equilíbrio fiscal, o que inclui o apoio ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na agenda de contenção de gastos. Cunha sugere que uma redução nos gastos públicos seria uma medida imediata para aliviar a pressão sobre o Banco Central e contribuir para um ambiente econômico mais estável.