Um seminário na Câmara dos Deputados destacou iniciativas de órgãos públicos brasileiras voltadas à utilização de linguagem simples. A diretora de difusão da Transformação Digital do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Loyane Tavares, apresentou o Laboratório de Qualidade dos Serviços Públicos, que visa facilitar a interação entre o governo e os cidadãos por meio da internet. O laboratório realiza pesquisas e acompanha a experiência do usuário, apresentando relatórios com sugestões de melhorias, incluindo a adoção de uma comunicação mais clara e acessível.
Além disso, o Tribunal de Contas da União está experimentando o uso da inteligência artificial para simplificar seus relatórios de auditoria. A auditora Carolina Pfeilsticker relatou que o ChatGPT foi treinado com parâmetros específicos, como a priorização de palavras curtas e a explicação de siglas, visando tornar os documentos mais compreensíveis para o público. Apesar dos resultados promissores, a auditora enfatizou a importância de estabelecer critérios claros para avaliar a eficácia desse tipo de linguagem.
No Judiciário, o Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem Simples foi adotado, com ações que incluem a criação de páginas que traduzem decisões judiciais para uma linguagem acessível. A conselheira do Conselho Nacional de Justiça, Daine Lira, destacou exemplos de publicações voltadas a diferentes públicos, incluindo cartilhas que explicam os direitos de cidadãos em situação de vulnerabilidade. Essas iniciativas buscam democratizar o acesso à informação e garantir que a comunicação governamental seja mais clara e eficaz.