O governo federal divulgou na sexta-feira (26/10) os detalhes de um novo acordo para a reparação de danos causados pela tragédia de Mariana, em 2015, totalizando R$ 170 bilhões. Desse montante, R$ 132 bilhões são novos recursos destinados a diversas ações, enquanto R$ 38 bilhões já haviam sido disponibilizados por meio da Fundação Renova, criada para a reparação. A formalização do acordo contou com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal, que enfatizou a importância de resolver a situação internamente, especialmente diante de um julgamento em andamento em Londres.
O compromisso inclui um pagamento de R$ 100 bilhões em novos recursos para políticas de reparação socioambientais, a serem aportados pelas empresas envolvidas ao longo de 20 anos. A Advocacia-Geral da União prevê que R$ 18 bilhões sejam depositados até 2026, com parcelas específicas nos anos anteriores. As indenizações para as vítimas da tragédia incluem valores de R$ 35 mil para atingidos em geral e R$ 95 mil para pescadores e agricultores, estimando-se que 300 mil pessoas possam ser beneficiadas.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) reconheceu avanços no acordo, mas considerou que o valor e o prazo estabelecido são insuficientes. Os representantes do movimento manifestaram a intenção de continuar ações judiciais no exterior, destacando a importância de um acordo que reflita adequadamente as necessidades das vítimas. O presidente do Supremo alertou que a resolução fora do Brasil poderia ser prejudicial ao Judiciário nacional e caracterizou o acordo como um marco histórico para o país.