O mercado financeiro está em expectativa quanto ao anúncio do governo federal sobre a contenção de gastos, que deveria ser apresentado após o segundo turno das eleições municipais. No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que não há prazo definido para a divulgação das medidas, gerando incertezas que resultaram em uma alta do dólar, que fechou em R$ 5,76, o maior valor em três anos. Analistas destacam que a preocupação atual se concentra mais na sustentabilidade das contas públicas a longo prazo do que no déficit fiscal imediato.
Os especialistas ressaltam a necessidade de adequar os gastos do governo aos limites do novo arcabouço fiscal, que permitiu um aumento nas despesas públicas. Contudo, diversos gastos obrigatórios estão crescendo acima do permitido, o que pode levar à perda de controle sobre as finanças públicas. Economistas apontam que, sem uma revisão adequada dos benefícios sociais, como previdência e assistência, a situação fiscal pode se agravar, inviabilizando investimentos futuros.
As declarações da ministra do Orçamento e Planejamento, Simone Tebet, sobre a revisão de gastos têm gerado expectativas, mas há divisões entre os economistas sobre a efetividade das possíveis medidas. Enquanto alguns veem sinais positivos, outros se mostram céticos quanto à capacidade do governo de implementar reformas estruturais necessárias. O mercado aguarda um pacote ambicioso que possa melhorar a percepção de risco e estabilizar o dólar, mas a falta de clareza nas propostas ainda gera apreensão entre investidores.