O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, manifestou, em entrevista, a necessidade do fim da concessão da Enel, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica no estado. Ele argumentou que a companhia não tem condições de operar de forma eficiente, citando falhas recorrentes em sua gestão e a incapacidade de atender às demandas dos consumidores, especialmente após a recente interrupção de energia que afetou mais de 158 mil clientes. O governador destacou a urgência de um processo de caducidade para a empresa, sugerindo que a aplicação de multas não tem surtido efeito e que medidas mais rigorosas são necessárias.
Além da crítica à Enel, o governador mencionou o impacto econômico da falta de energia, que resultou em perdas significativas, estimadas em R$ 1,82 bilhão desde o último dia 11. O setor de serviços foi o mais afetado, com uma perda de receitas de R$ 1,23 bilhão, enquanto o comércio acumulou cerca de R$ 589 milhões em prejuízos. Ele também criticou a falta de cumprimento de compromissos por parte da empresa, que não mobilizou o número de trabalhadores acordado para a recuperação dos serviços.
A situação gerou reações na esfera judicial, com a prefeitura de São Paulo solicitando ao Judiciário que a Enel restabeleça o fornecimento de energia em várias regiões, sob pena de multa diária. A Aneel, por sua vez, iniciou investigações para apurar as falhas nos serviços prestados e avaliou a possibilidade de recomendar a caducidade da concessão, em resposta às reclamações e ao histórico de problemas da empresa. A Controladoria-Geral da União também anunciou auditorias para investigar responsabilidades relacionadas ao apagão, evidenciando a seriedade da crise enfrentada pela distribuidora de energia.