Marília Pereira da Cruz, uma manicure de Guarujá, alegou ter sofrido gordofobia após ser recusada cinco vezes por motociclistas de aplicativo, o que resultou na perda de uma consulta psicológica essencial para o processo de cirurgia bariátrica. Ela relatou que, após informar a um dos motociclistas que era “gordinha”, o condutor compartilhou essa informação em um grupo, levando a outras recusas. Marília, que possui problemas de saúde como pressão alta e pré-diabetes, está em processo de avaliação para a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e considera o acompanhamento psicológico vital para seu tratamento.
A situação a levou a buscar ajuda profissional, mas as negativas dos motociclistas se tornaram um tema recorrente em sua terapia. O médico bariátrico Eduardo Grecco enfatizou a importância do acompanhamento psicológico para pacientes em processo de bariátrica, já que muitos lidam com questões de compulsão alimentar e ansiedade. Ele destacou que a preparação emocional é fundamental antes e após a cirurgia, já que a compreensão das motivações para comer pode ser decisiva para o sucesso do tratamento.
Após a recusa dos motociclistas, Marília procurou a empresa 99, que se comprometeu a investigar a situação e repudiou qualquer forma de discriminação. Por sua vez, Marília decidiu acionar a justiça, buscando responsabilizar os motociclistas e a empresa por danos morais devido ao ocorrido. O advogado da manicure planeja atuar tanto na esfera criminal quanto na cível, enfatizando a necessidade de responsabilização pela conduta discriminatória enfrentada por sua cliente.