Os fundos de investimento no Brasil registraram resgates líquidos de R$ 53,9 bilhões em setembro, conforme dados da Anbima. Apesar desse resultado negativo, os fundos acumulam um saldo líquido positivo de R$ 253,6 bilhões neste ano, com o patrimônio líquido da indústria atingindo R$ 9,4 trilhões, um aumento de 15,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O principal fator para os resgates foi a saída significativa dos fundos multimercados, que perderam R$ 53,9 bilhões, reflexo da alta da Selic e da expectativa de novos aumentos nas taxas de juros pelo Copom.
Os fundos multimercados do tipo livre apresentaram as maiores saídas, com perdas de R$ 41,1 bilhões, seguidos pelos fundos que investem no exterior, que registraram resgates de R$ 15,3 bilhões. Em contrapartida, os fundos multimercados macro obtiveram captação líquida positiva de R$ 4,5 bilhões. Já os fundos de ações tiveram resgates líquidos de R$ 2,8 bilhões em setembro, mas ainda mantêm um saldo positivo acumulado de R$ 781,4 milhões no ano, impulsionados principalmente pelos investimentos no exterior.
Na categoria de renda fixa, houve uma entrada líquida de R$ 839,5 milhões em setembro, embora este valor tenha sido inferior aos R$ 45,5 bilhões do mês anterior. Os fundos de duração livre crédito livre foram os destaques, com captação líquida de R$ 8 bilhões. Apesar da queda no fluxo de recursos para a renda fixa, ainda não é possível determinar se essa tendência persistirá. Os fundos estruturados, por sua vez, mostraram resultados mistos, com os fundos de investimento em participações (FIPs) obtendo captação líquida de R$ 2,3 bilhões e os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) enfrentando perdas de R$ 1,8 bilhão.