Em setembro, os fundos de investimento no Brasil apresentaram resgates líquidos de R$ 53,9 bilhões, conforme dados da Anbima. Apesar desse resultado negativo, o saldo acumulado no ano é de R$ 253,6 bilhões, e o patrimônio líquido da indústria cresceu 15,6%, totalizando R$ 9,4 trilhões. Os fundos multimercados foram os mais afetados, com saídas líquidas de R$ 53,9 bilhões, o que representa o maior volume de perdas em 2024, em grande parte devido ao aumento da taxa Selic e expectativas de novos aumentos nos juros.
Os fundos de ações também enfrentaram desafios, com resgates líquidos de R$ 2,8 bilhões em setembro, embora mantenham um saldo positivo de R$ 781,4 milhões no acumulado do ano. Os investimentos no exterior se destacam nesta categoria, somando R$ 18,2 bilhões em captação líquida. Já os fundos de renda fixa tiveram uma entrada líquida de R$ 839,5 milhões, embora tenha havido uma queda em relação ao mês anterior, onde os fluxos totalizaram R$ 45,5 bilhões.
Na categoria de fundos estruturados, os Fundos de Investimento em Participações (FIPs) conseguiram captar R$ 2,3 bilhões, enquanto os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) registraram perdas de R$ 1,8 bilhão. O diretor da Anbima, Pedro Rudge, destacou que, apesar da diminuição do fluxo de recursos para os fundos de renda fixa, é prematuro afirmar se essa tendência persistirá, citando a realocação de investimentos e o aumento dos custos de dívida como fatores relevantes.