Um esquema de fraude envolvendo laudos médicos forjados para obtenção de isenção do Imposto de Renda foi descoberto, com foco em pessoas afetadas por um acidente radiológico em Goiânia, em 1987. Entre os acusados estão advogados e um ex-policial militar, que teriam utilizado documentos falsos para alegar contaminação por césio 137. Nos últimos dois anos, a Justiça recebeu mais de 80 ações solicitando isenção fiscal, principalmente em nome de policiais e bombeiros aposentados. A investigação também revela que outros 20 processos fraudulentos alegavam doenças graves, como AIDS e cardiopatias, para justificar os pedidos de isenção.
As advogadas acusadas de liderar o esquema cobravam 30% dos valores retroativos e, posteriormente, o equivalente a três isenções. A defesa de uma das advogadas alega que ela atuará em juízo para esclarecer os fatos, enquanto a outra afirma não ter conhecimento da origem dos documentos. Um coronel que recusou participar do esquema expressou sua indignação em um áudio, reforçando que as ações eram conscientes e sabidas por outros oficiais.
Vários beneficiados pelas isenções negam envolvimento no esquema, alegando falta de informação sobre as fraudes. Casos como o de um ex-promotor, que recebeu isenção com base em laudos contestados, e de um ex-comandante que admite confiar nas advogadas, destacam a complexidade da situação. A investigação aponta um possível prejuízo de R$ 20 milhões aos cofres públicos e a necessidade de devolução dos valores recebidos de forma indevida.