Um foguete projetado na Paraíba está contribuindo para a recuperação da vegetação da Caatinga, um bioma exclusivo do Brasil. Fabricado com garrafa PET, fibra de vidro e impressão 3D, o foguete realiza o lançamento de sementes por meio da pressão de ar e água, apresentando uma alternativa de custo reduzido em comparação aos métodos tradicionais de reflorestamento, como o uso de aviões e helicópteros. Os testes estão sendo conduzidos em Cabaceiras, uma das regiões com menor índice de chuvas do país, onde o físico responsável pelo projeto, durante seu doutorado, lançou as sementes em áreas degradadas para monitorar os resultados.
As sementes utilizadas são tratadas e peletizadas para aumentar suas chances de germinação. Nos testes realizados, aproximadamente 20% das sementes lançadas germinaram, sendo que algumas já estão frutificando, como a planta conhecida localmente como pinhão-bravo. Essa abordagem inovadora permite que uma área de cerca de um hectare seja reflorestada em apenas oito lançamentos, destacando a eficácia do método em condições adversas de seca.
A preservação da Caatinga é fundamental para o controle do aquecimento global, pois pesquisas recentes indicam que esse bioma é mais eficaz na captação de carbono do que florestas úmidas. Com a redução da área florestal da Caatinga nos últimos 40 anos, o trabalho de reflorestamento se torna ainda mais crucial. O foguete, além de não deixar resíduos, retorna ao ponto de lançamento após cada uso, reforçando sua sustentabilidade como ferramenta de restauração ambiental.