As fitinhas do Círio de Nazaré, importadas de Portugal, tornaram-se um ícone da identidade cultural dessa festividade, representando fé, devoção e esperança para muitos participantes em Belém. Confeccionadas em diversas cores e tamanhos, essas fitas possuem significados variados e são usadas como expressão de piedade popular. Para muitos devotos, amarrar as fitinhas simboliza a realização de pedidos pessoais, sendo que a fita deve permanecer no braço até que o pedido se concretize ou até que ela se quebre.
Para o comércio local, as fitinhas representam uma oportunidade significativa de negócio, especialmente durante o mês de outubro, quando as vendas aumentam consideravelmente. Vendedores, como Jorge Coelho, relatam que a procura pelas fitinhas cresce, com os clientes buscando decorá-las em veículos e casas. O historiador Márcio Neco observa que, além do aspecto comercial, as fitinhas passaram por um processo de sacralização popular, tornando-se elementos centrais nas celebrações do Círio.
Historicamente, as fitas estavam atreladas à imagem da Santa, sendo carregadas por autoridades da igreja em liteiras. Com o tempo, seu uso evoluiu, e hoje elas são amarradas em diversas partes do corpo ou em locais sagrados. Existe até um ritual de incineração das fitas utilizadas, destacando sua importância como instrumento de fé e expressão cultural na maior festa católica do Brasil.