A Fitch Ratings mantém a classificação de risco de crédito do Brasil em BB, com perspectiva estável, o que representa dois níveis abaixo do grau de investimento. Todd Martinez, co-diretor de riscos soberanos da Fitch, destacou que a agência não prevê uma elevação na nota de crédito no curto prazo, devido à incerteza sobre a capacidade do governo de melhorar as contas públicas, apesar do crescimento econômico acima do esperado. A agência Moody’s, por outro lado, elevou sua classificação para apenas um nível abaixo do grau de investimento, demonstrando uma visão mais otimista sobre a recuperação econômica do país.
Martinez observou que, embora a atividade econômica no Brasil esteja apresentando resultados melhores do que o previsto, as contas públicas permanecem como um ponto fraco, impactando a confiança e a estabilidade da moeda. A expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça em torno de 3% em 2024, mas a Fitch projeta que o déficit primário subirá para 1,0% do PIB em 2025, antes de recuar para 0,8% em 2026. Essas projeções indicam um aumento da relação entre dívida bruta e PIB, que deve chegar a 83,9% até 2026.
Apesar das dificuldades, o governo brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está implementando reformas fiscais e mudanças tributárias com o objetivo de reverter a situação fiscal. Lula e sua equipe econômica aspiram recuperar o grau de investimento perdido em 2015 e, recentemente, o presidente se reuniu com representantes das agências de classificação de risco em Nova York para discutir a situação da nota de crédito do país.