A agência de classificação de risco Fitch não deve elevar a classificação de crédito do Brasil em um futuro próximo, devido a incertezas quanto à capacidade do país de melhorar suas contas públicas, apesar de um crescimento econômico superior ao esperado. Atualmente, a Fitch classifica o crédito brasileiro como BB, dois níveis abaixo do grau de investimento. Segundo Todd Martinez, co-diretor de riscos soberanos da Fitch, a elevação da nota de crédito dependeria de uma maior confiança do governo em gerar superávits primários.
Enquanto a Fitch mantém uma postura conservadora, a Moody’s recentemente elevou a classificação de crédito do Brasil para um nível abaixo do grau de investimento, em reconhecimento ao progresso do país, que perdeu seu status de baixo risco há quase uma década. Embora a atividade econômica tenha se mostrado surpreendentemente positiva, com previsão de crescimento do PIB em cerca de 3% para 2024, as contas públicas continuam a ser um ponto crítico que afeta a confiança do mercado e as taxas de câmbio.
Martinez elogiou os esforços do governo para melhorar a situação fiscal, incluindo reformas nas regras tributárias e o recente acordo para reverter isenções. No entanto, a Fitch projeta que o déficit primário do Brasil subirá para 1,0% do PIB em 2025, aumentando a relação entre dívida bruta e PIB. A Standard & Poor’s também mantém a classificação do Brasil em BB, refletindo preocupações semelhantes sobre a sustentabilidade fiscal do país.