Em novembro de 2023, uma fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego resgatou seis trabalhadores em condições análogas à escravidão em uma fazenda no Goiás. Os trabalhadores, que não recebiam Equipamentos de Proteção Individual (EPI), realizavam tarefas pesadas, como a catação de raízes, sem as devidas condições de segurança. Eles dormiam em alojamentos precários, sem acesso a banheiros funcionais, e enfrentavam uma infestação de morcegos e outras pragas. As condições de vida relatadas foram consideradas degradantes, resultando na inclusão do proprietário da fazenda na lista suja do trabalho escravo.
Após a fiscalização, foram pagas multas e indenizações que totalizaram R$ 319 mil. Embora o proprietário tenha alegado que a fazenda estava arrendada e que não tinha conhecimento das condições de trabalho, as investigações indicaram que ele tinha responsabilidades contratuais sobre a área arrendada. O arrendatário foi apontado como responsável pela execução das atividades, mas a fiscalização atribuiu a responsabilidade final ao proprietário, devido à falta de registros formais dos trabalhadores e às condições de trabalho encontradas.
Além da Fazenda Lakanka, outras operações agrícolas na região também foram mencionadas na fiscalização. A situação dos trabalhadores chamou atenção, não apenas pelas condições em que estavam, mas também pelo debate sobre a responsabilidade dos empregadores em relação à proteção e direitos dos trabalhadores. A defesa do proprietário busca a remoção de seu nome da lista suja, destacando que um Termo de Ajustamento de Conduta foi firmado para resolver os problemas identificados.