Em um relatório do Ministério do Trabalho e Emprego, foi identificada a situação de seis trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão na Fazenda Lakanka, no estado de Goiás. Os trabalhadores, incluindo um adolescente de 17 anos, estavam sem Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e viviam em alojamentos precários, caracterizados por condições insalubres, como infestação de morcegos e a falta de banheiros. A inspeção, realizada em novembro de 2023, apontou que os funcionários enfrentavam jornadas longas e recebiam apenas R$ 150 por dia, sem registro formal ou acesso a direitos trabalhistas.
O artista responsável pela propriedade foi multado e pagou indenizações, mas alegou não ter conhecimento das condições de trabalho, uma vez que a fazenda estava arrendada a outra pessoa. A situação só se tornou pública quando o nome do artista foi incluído na chamada “lista suja” de empregadores que submetem funcionários a trabalho escravo. A defesa do artista argumentou que todas as questões levantadas foram resolvidas após um Termo de Ajustamento de Conduta, e que ele não tinha responsabilidade direta sobre a gestão dos trabalhadores.
O Ministério do Trabalho explicou que a “lista suja” é atualizada semestralmente e visa garantir transparência nas ações de fiscalização. Após a inclusão na lista, o artista expressou sua surpresa e tristeza nas redes sociais, reforçando que não concorda com práticas de trabalho abusivas e que as questões foram tratadas assim que foram identificadas. O relatório indicou também que outros trabalhadores nas fazendas vizinhas, apesar de informais, não estavam em condições tão degradantes.