A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) encaminhou um pedido ao Ministério da Saúde para desenvolver a vacina contra a dengue no país, em parceria com a fabricante japonesa Takeda. Caso aprovada, a produção será feita por meio de um acordo de transferência de tecnologia, seguindo o modelo de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). A Fiocruz afirmou que divulgará mais detalhes após a avaliação da proposta, enquanto a Takeda confirmou as negociações.
O Ministério da Saúde já adquiriu quatro milhões de doses da vacina Qdenga para 2024 e tem contrato para nove milhões em 2025. A vacina, aprovada pela Anvisa em 2023, é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em áreas de alta transmissão. Atualmente, o SUS aplica o imunizante em duas doses, com intervalo de três meses, prioritariamente em jovens de 10 a 14 anos, grupo com maior taxa de hospitalizações após os idosos.
Enquanto isso, o Instituto Butantan também avança no desenvolvimento de uma vacina nacional contra a dengue, com previsão de pedir registro à Anvisa ainda este ano. Os esforços ocorrem em meio a um cenário preocupante: em 2024, o país registrou mais de 6,5 milhões de casos prováveis da doença e 5,6 mil mortes confirmadas. A ampliação da produção de vacinas é vista como estratégia crucial para reduzir o impacto da dengue no sistema de saúde.