A hipertensão arterial é uma condição que afeta cerca de 38 milhões de brasileiros e cuja taxa de mortalidade tem aumentado significativamente nos últimos anos. Um novo consenso entre especialistas europeus considera a pressão arterial de 12 por 8 como alta, refletindo uma mudança importante no diagnóstico da doença. Entre os principais fatores de risco estão a genética, o excesso de sal na alimentação, a má alimentação e o sedentarismo. Estima-se que a genética esteja presente em 30% a 50 dos casos, enquanto o consumo excessivo de sal, que atinge uma média de 9,3 gramas por dia no Brasil, está diretamente relacionado ao aumento da pressão arterial.
Além dos fatores biológicos, aspectos socioeconômicos também influenciam o quadro da hipertensão no país. A falta de acesso a diagnósticos e tratamentos adequados, especialmente em famílias de baixa renda, contribui para a crescente incidência da doença. Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que 82% das pessoas com hipertensão vivem em países de média ou baixa renda, destacando a necessidade de políticas públicas que garantam melhor acesso à saúde e alimentação saudável. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece medicamentos gratuitos, mas ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que todos tenham acesso a cuidados preventivos.
A prevenção da hipertensão deve incluir a adoção de hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada, a prática regular de atividades físicas e a redução do consumo de sal. As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão recomendam a dieta DASH, que enfatiza o consumo de frutas, verduras e grãos integrais. Além disso, a prática de exercícios físicos e o manejo do estresse são essenciais para controlar a pressão arterial. A conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e a mudança de estilo de vida podem fazer uma diferença significativa na saúde da população.