Uma família em São Bernardo do Campo, composta por uma mãe e sua filha de 18 anos, enfrentou uma grave crise de energia que durou cerca de 60 horas após uma tempestade. A jovem, portadora de Atrofia Muscular Espinhal (AME), necessita de um respirador para sobreviver, e a falta de eletricidade levou a mãe a recorrer a soluções improvisadas. Para manter o aparelho funcionando, Luciana conectou o respirador ao acendedor de cigarro do carro, utilizando extensões e nobreaks, enquanto também buscava apoio de vizinhos para carregar os equipamentos essenciais.
Durante o apagão, a família contatou a companhia de energia, que se comprometeu a reparar a rede, mas levou tempo para religar o serviço, mesmo com o cadastro de prioridade da residência. A situação se agravou com a instabilidade no sinal de telefonia, o que gerou receios sobre a possibilidade de não conseguir chamar uma ambulância em caso de emergência. Após muitas tentativas de contato com a empresa e uma solução temporária que envolveu conectar a energia à casa de um vizinho, o fornecimento de eletricidade foi restabelecido, mas não antes de a saúde da jovem sofrer consequências.
Apesar da normalização da energia, a mãe relatou perdas significativas, incluindo a medicação de alto custo que a filha precisa para o tratamento da AME, que deve ser refrigerada. A situação revelou falhas na prioridade de atendimento da empresa de energia, que só reagiu de forma efetiva após a repercussão da crise nas redes sociais. Luciana expressou sua preocupação com a saúde da filha e a frustração com a demora na resposta da Enel, que, segundo ela, poderia ter evitado a crise se a prioridade tivesse sido respeitada.