O Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP) apontou diversas falhas na concessionária Enel, responsável pela distribuição de energia na região metropolitana. Segundo o relatório, entre 2018 e 2022, a empresa deixou de investir R$ 1,52 bilhão, o que representa um déficit de 32,42% em relação ao plano de desenvolvimento. Além disso, houve um aumento de 72,2% no tempo médio de atendimento a emergências, que chegou a 894 minutos. Em 2023, a Enel teve um desempenho 20% abaixo da meta regulatória estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), refletindo na insatisfação dos consumidores.
As fortes chuvas que atingiram São Paulo em 11 de outubro deixaram cerca de 2,6 milhões de pessoas sem energia, resultando em sete mortes. O governo estadual e a Aneel criticaram a empresa por sua ineficiência e a possibilidade de sanções, incluindo multas e até o encerramento do contrato de concessão, que vai até 2028. O TCM-SP solicitou auditorias externas e um plano de contingência para melhorar a prestação de serviços em situações de emergência.
Além das questões de atendimento e investimento, o TCM-SP registrou uma drástica redução de 51,5% no quadro de funcionários da Enel nos últimos cinco anos, comprometendo sua capacidade de resposta a emergências e manutenções. O Procon-SP também anunciou que notificará a Enel para apresentar um plano de ação em casos de eventos climáticos severos, evidenciando a pressão das autoridades para que a empresa adote medidas efetivas e imediatas para garantir a qualidade do serviço prestado à população.