Uma falha nos procedimentos de higienização e esterilização de equipamentos cirúrgicos resultou na contaminação de 15 dos 48 pacientes que participaram de um mutirão de cirurgias de catarata em Parelhas, RN, no final de setembro. Desses, nove perderam a visão devido à infecção causada pela bactéria Enterobacter cloacae. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alertou que esse tipo de incidente pode se repetir em mutirões realizados em todo o Brasil, enfatizando a importância de seguir critérios rigorosos estabelecidos por autoridades médicas e sanitárias.
Para prevenir novos casos de infecções durante os procedimentos cirúrgicos, o CBO recomenda que os mutirões sejam realizados em estabelecimentos com histórico de prestação desse tipo de serviço e que as vigilâncias sanitárias locais monitorem as atividades para garantir o cumprimento das exigências técnicas. Além disso, os procedimentos devem ser executados por médicos qualificados em oftalmologia, e é essencial o acompanhamento dos pacientes por até 30 dias após a cirurgia, com comunicação imediata à vigilância sanitária em caso de complicações.
O guia de boas práticas elaborado pelo CBO orienta também médicos e pacientes sobre como garantir a segurança durante os mutirões. Pacientes, familiares e acompanhantes têm um papel ativo em questionar a equipe de saúde e observar detalhes sobre a cirurgia, contribuindo para a redução de riscos. O documento destaca que é fundamental que todos os envolvidos estejam atentos aos cuidados pós-operatórios e à comunicação de qualquer sintoma que possa indicar complicações após os procedimentos.