Uma falha nos procedimentos de higienização e esterilização durante mutirões de cirurgias de catarata em Parelhas (RN) resultou na contaminação de 15 pacientes, dos quais nove perderam a visão por conta da bactéria Enterobacter cloacae. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) destaca que esses episódios podem ocorrer novamente no Brasil, principalmente se os critérios estabelecidos por autoridades médicas e sanitárias não forem seguidos rigorosamente.
Em resposta a esses incidentes, o CBO lançou um Guia de Mutirões de Cirurgia Oftalmológica, visando melhorar a segurança dos pacientes e a qualidade dos serviços prestados. O guia fornece orientações sobre a organização dos mutirões, cuidados pós-operatórios e a necessidade de acompanhamento médico adequado por até 30 dias após os procedimentos. Além disso, recomenda que esses eventos sejam realizados principalmente em locais com experiência comprovada na realização de cirurgias oftalmológicas.
O documento também enfatiza a importância do envolvimento de médicos, pacientes e seus familiares na prevenção de eventos adversos. Médicos devem assegurar que normas sanitárias sejam seguidas e informar os pacientes sobre os cuidados necessários. A participação ativa dos pacientes e familiares no processo cirúrgico, incluindo questionamentos sobre procedimentos e cuidados pós-operatórios, é vista como essencial para reduzir riscos e garantir a segurança durante e após a cirurgia.