A facção criminosa que se autodenomina Povo de Israel, formada em 2004, influenciou cerca de 18 mil detentos em 13 unidades prisionais no estado do Rio de Janeiro. Com a utilização ilegal de celulares, os membros da facção têm realizado extorsões, como falsos sequestros e cobranças de taxas, levando a um aumento alarmante nos casos de estelionato na região. Entre janeiro e setembro de 2024, foram registrados mais de 100 mil casos de estelionato, um aumento de 25% em relação ao ano anterior, o que representa um golpe a cada 3,5 minutos.
As táticas utilizadas pelos detentos incluem ligações para números aleatórios, onde simulam sequestros de parentes e exigem resgates, além de se passar por traficantes que cobram dívidas de comerciantes. As investigações indicam que o Povo de Israel movimentou aproximadamente R$ 70 milhões por meio dessas atividades fraudulentas entre 2022 e 2024. Apesar de a extorsão por meio de telefone ter crescido, o número de sequestros relâmpagos também aumentou, com um aumento de 40% em relação ao ano anterior.
A Polícia Civil identificou uma estrutura organizacional dentro da facção, com funções distintas para os detentos, desde aqueles que operam os celulares até os que realizam as ligações e os que recebem o dinheiro das extorsões. O núcleo da facção está localizado no Presídio Nelson Hungria, no Complexo Penitenciário de Gericinó. As investigações apontam que a facção tem ramificações em outros estados, como Espírito Santo e São Paulo, o que evidencia a complexidade e a amplitude das operações criminosas que estão sendo investigadas.