A facção criminosa que se autointitula Povo de Israel tem demonstrado uma significativa influência sobre mais de 18 mil detentos em 13 unidades prisionais no estado do Rio de Janeiro. Fundada em 2004, a organização tem se especializado em extorsões realizadas via celular, criando uma verdadeira indústria de golpes que inclui falsas cobranças e sequestros simulados. Em 2024, o estado registrou mais de 100 mil casos de estelionato, um aumento de 25% em relação ao ano anterior, refletindo a crescente atividade delitiva dentro dos presídios.
As investigações revelam que a facção utiliza uma estrutura bem definida, onde os presos se dividem em papéis como os responsáveis pela obtenção de celulares e aqueles que fazem as ligações para as vítimas. Com a facilitação do uso de celulares ilegais dentro das cadeias, a facção opera em diversas áreas, abrangendo até estados como Espírito Santo e São Paulo. Além disso, o número de sequestros relâmpagos também subiu, indicando uma escalada na violência e na estratégia de extorsão aplicada pela facção.
Os dados da Polícia Civil apontam que, entre janeiro de 2022 e maio de 2024, a facção movimentou quase R$ 70 milhões. As vítimas enfrentam ameaças e pressões constantes, resultando em uma média de centenas de casos diários. A crescente complexidade das operações da facção e seu impacto na segurança pública evidenciam a necessidade de medidas mais eficazes para combater a criminalidade nas prisões e em suas ramificações externas.