A exposição “Constituinte do Brasil Possível”, em cartaz no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro, apresenta obras de artistas que propõem uma nova visão da identidade nacional brasileira, focando na inclusão e no respeito à diversidade. A mostra convida os visitantes a refletir sobre como teria sido a sociedade se, no dia seguinte à abolição da escravatura em 14 de maio de 1888, pessoas negras e pardas fossem reconhecidas como participantes essenciais nos debates políticos, sociais e culturais do país. Essa abordagem visa provocar um diálogo sobre a construção de um Brasil mais igualitário.
A curadora Mariana Luiza, uma das idealizadoras da exposição, destaca a importância de imaginar um futuro onde todos os grupos, incluindo povos originários e a população negra, têm voz ativa na formação de um país que atenda a todos os cidadãos. A mostra inclui obras como “O Banquete de Ilu-Aiê”, de Airá Ocrespo, e documentos históricos, como fotografias raras, que ajudam a contextualizar a luta por inclusão ao longo do tempo. A proposta é estimular uma reflexão sobre a efetivação de direitos iguais e a cidadania plena.
Além da exposição, um site foi criado para complementar a pesquisa do projeto, oferecendo conteúdos gratuitos focados na educação antirracista. O material abrange desde o século 13 até eventos contemporâneos, como a Marcha de Mulheres Negras de 2015, com o objetivo de promover um imaginário político que incentive a disputa constante por uma constituição mais representativa e justa. A exposição está aberta ao público até 30 de novembro, com entrada gratuita.