Segundo um relatório do Bank of America (BofA), espera-se que as construtoras brasileiras apresentem aumento nas receitas no terceiro trimestre de 2024, impulsionadas pelo forte ritmo de vendas. Construtoras focadas no público de baixa renda, como MRV e Tenda, devem mostrar recuperação gradual nas margens brutas, enquanto aquelas em fase de expansão, como Cury e Direcional, deverão registrar receitas em crescimento. O BofA estima um lucro líquido de R$ 108 milhões para a MRV e R$ 151 milhões para a Direcional, beneficiada pela demanda no setor popular e pelo programa Pode Entrar, que facilita o acesso à casa própria.
Por outro lado, construtoras voltadas para a renda média e alta, como Cyrela e Eztec, podem enfrentar dificuldades devido à necessidade de oferecer descontos para estimular vendas e reduzir estoques. Embora a Eztec projete um aumento na receita com a venda de estoque, as margens podem continuar sob pressão. O relatório ressalta que a Cyrela, apesar de lucros esperados, também enfrentará margens apertadas devido ao excesso de estoque. O BofA adota uma postura cautelosa em relação à Tenda, que, apesar do crescimento nas receitas, ainda enfrenta desafios nas margens.
O BofA mantém uma visão otimista para as construtoras de baixa renda, destacando Cury e MRV como as principais escolhas para investidores. A Cury é favorecida pelo crescimento de lucros e uma taxa de dividendos de 9%, enquanto a MRV apresenta uma avaliação atrativa, com um mercado abaixo do valor contábil e expectativas de geração de caixa positivas. O relatório indica que, enquanto o setor de baixa renda demonstra fundamentos sólidos, as construtoras focadas na renda média e alta devem adotar estratégias mais cautelosas para enfrentar os desafios atuais.