O governo brasileiro busca intensificar a cooperação técnica com o Banco Central a partir do próximo ano, quando Gabriel Galípolo assumirá a presidência da instituição. Essa expectativa surge em um contexto de insatisfação com a atual gestão do Banco, que tem sido criticada por se afastar de discussões sobre temas relevantes para a administração Luiz Inácio Lula da Silva, como a regulamentação de criptoativos e a abertura do mercado de vale-alimentação. Fontes do Ministério da Fazenda apontam que a falta de diálogo prejudicou a integração de pautas que poderiam beneficiar a economia.
Desde a sua posse, Lula tem questionado a condução da política monetária, a qual considera prejudicial. Apesar das críticas, a meta de inflação foi mantida, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, continua em seu cargo. As fontes consultadas acreditam que a perspectiva de uma gestão mais colaborativa deve melhorar com a entrada de Galípolo, que foi indicado por Lula e que se comprometeu a buscar maior integração sem comprometer a autonomia do Banco Central.
Além da regulamentação de criptoativos, o governo pretende resolver impasses relacionados ao mercado de vale-refeição e alimentação e avançar em negociações para que títulos da dívida pública brasileira possam ser comercializados em plataformas internacionais, como a Euroclear. Apesar de existir uma demanda por essa modernização, o Banco Central tem se mostrado relutante em abrir mão de parte de seu controle, levantando preocupações sobre a eficácia e segurança das transações financeiras.