O mercado financeiro aguarda ansiosamente o pacote de cortes de gastos que será apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após as eleições municipais. O cientista político Christopher Garman, da Eurasia, aponta que a preocupação com a base fiscal está impactando negativamente a economia brasileira, resultando em um câmbio depreciado e aumentando a projeção de inflação. Essa situação tem levado o Banco Central a elevar a taxa de juros, o que torna essencial a aprovação de medidas que limitem o crescimento do gasto público.
Garman ressalta que, apesar de um cenário político favorável para a implementação de tais medidas, a janela de oportunidade é curta, dado que o Brasil se aproxima das eleições presidenciais. O presidente Lula, embora goze de uma elevada taxa de aprovação, enfrenta a necessidade de aprovar reformas difíceis antes que o ciclo eleitoral se intensifique. Por outro lado, há uma expectativa de que Lula reconheça a importância de um pacote de cortes de gastos para alcançar o grau de investimento, um selo valorizado pelo mercado financeiro.
No entanto, Garman também alerta que o presidente pode não estar disposto a realizar reformas mais profundas que impactem regras sobre educação, saúde e benefícios previdenciários. Assim, embora um pacote de medidas econômicas esteja sendo preparado, é provável que seja modesto e insuficiente para aliviar as preocupações fiscais no curto prazo.