O mercado financeiro projeta que a taxa Selic no Brasil termine o ano em 11,75%, com a expectativa de manutenção dos juros em níveis elevados por um período prolongado. Essa situação é considerada favorável para investidores que buscam renda fixa, já que os pagamentos robustos dos títulos se estenderão. Especialistas recomendam que até mesmo investidores mais arrojados aloque uma parte significativa de seus portfólios em ativos de renda, priorizando papéis pós-fixados e indexados à inflação, em resposta à aceleração da inflação esperada no curto prazo.
As recomendações de investimento, conforme apontado por analistas da XP, não se restringem aos títulos do Tesouro Direto, mas se voltam para papéis de crédito privado, que oferecem uma variedade de exposições e benefícios fiscais, como isenção de Imposto de Renda em determinados casos. Mesmo com a redução dos spreads entre os títulos públicos e o crédito privado, os ativos isentos continuam a ser uma alternativa atraente. Instituições financeiras, como Itaú BBA, ressaltam a importância de selecionar títulos com maior classificação de crédito neste cenário de juros elevados.
Além disso, um estudo do Itaú BBA mostra que os papéis de crédito privado tendem a oferecer uma rentabilidade superior aos títulos públicos, especialmente após a dedução do Imposto de Renda. Em setembro, a rentabilidade do Tesouro IPCA+2035, utilizado como referência, ficou abaixo de 5% após a tributação, o que realça a vantagem dos investimentos em crédito privado. Os títulos recomendados incluem debêntures e Certificados de Recebíveis, que apresentam taxas atrativas, superando o retorno oferecido pelos títulos do governo.