As chuvas mais abundantes na região de Piracicaba, segundo previsões do LEB-Esalq da Universidade de São Paulo, devem ocorrer apenas após o dia 15 de outubro. A expectativa de precipitações representa um alívio para os citricultores, que enfrentam condições de estresse hídrico devido ao clima seco. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicam que as altas temperaturas no início de outubro intensificaram as preocupações sobre a qualidade da colheita, com impactos negativos na safra de laranjas.
Apesar das expectativas de chuvas, os preços das frutas continuam em alta, impulsionados pela oferta limitada. Entre 7 e 10 de outubro, a média do preço da laranja pera aumentou 2,23%, alcançando R$ 125,02 por caixa. Dados do IBGE mostram que a seca histórica no Brasil já afeta os preços, com o limão registrando uma alta de 30,4% em setembro em relação ao mês anterior. Essa pressão de preços é acentuada pela expectativa de uma safra menor, decorrente do calor extremo e da propagação da doença greening, que afeta os pomares.
As exportações brasileiras de suco de laranja começaram de forma lenta nesta safra, com uma queda de 38% em comparação ao ano passado. Ao mesmo tempo, as importações de laranja in natura atingiram volumes recordes, aumentando em 87% devido à baixa oferta interna. A combinação de condições climáticas adversas e doenças nas plantações gera um cenário desafiador para a produção de citros no Brasil, especialmente em São Paulo, onde o impacto da seca e do greening é mais acentuado.