Na terça-feira, o dólar fechou próximo de R$5,70, gerando questionamentos sobre a possibilidade de alcançar R$6,00. Entre os fatores que contribuem para essa possível alta está o aumento do risco de crédito no Brasil, resultado da deterioração das contas públicas e do crescente endividamento do governo, cuja dívida bruta já representa quase 80% do PIB. A incerteza em relação ao cumprimento das obrigações internas faz com que os investidores busquem uma moeda mais forte, como o dólar.
Outro elemento que tem impulsionado a valorização do dólar é a expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos, que agora são vistos como menos agressivos do que se imaginava anteriormente. Com a economia americana apresentando sinais de aquecimento e inflação acima das previsões, o mercado projeta uma queda de apenas 0,25 ponto percentual na taxa de juros. Essa situação torna os investimentos em renda fixa americana mais atraentes, aumentando a demanda por dólares e, consequentemente, elevando seu preço.
Adicionalmente, a desaceleração da economia chinesa e as tensões geopolíticas no Oriente Médio também afetam o valor do real em relação ao dólar. A redução das compras de commodities brasileiras pela China diminui a entrada de dólares no país, enquanto o aumento do risco de conflitos geopolíticos leva os investidores a preferirem a segurança do dólar. Assim, a combinação desses fatores, em especial a política fiscal expansionista do governo brasileiro, é apontada como a principal responsável pela possível alta da moeda americana.