A obesidade está associada a uma inflamação crônica de baixo grau, que prejudica o sistema imunológico e acelera o envelhecimento precoce das células imunes, um fenômeno conhecido como imunossenescência precoce. Esse estado inflamatório crônico aumenta a vulnerabilidade a doenças infecciosas e condições crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) investigaram como um programa de treinamento físico de 16 semanas, que combina musculação e exercícios aeróbicos, pode mitigar esses efeitos adversos.
Os resultados mostraram que a prática regular de exercícios não apenas reduziu a circunferência abdominal e aumentou a força muscular, mas também reverteu o envelhecimento precoce das células imunológicas e melhorou o metabolismo lipídico, sem necessidade de intervenções dietéticas. O tecido muscular ativo libera miocinas, que promovem melhorias na saúde metabólica e reduzem a inflamação, sugerindo que o exercício físico desempenha um papel crucial na prevenção de doenças crônicas associadas à obesidade.
Além disso, os estudos revelaram que, após o programa de treinamento, marcadores de expressão gênica relacionados à imunossenescência voltaram a níveis mais saudáveis. Os pesquisadores ressaltaram a importância do exercício como uma abordagem não farmacológica eficaz, capaz de quebrar o ciclo vicioso da obesidade e suas complicações. Assim, as evidências reforçam a relevância do exercício regular como estratégia de promoção da saúde e prevenção de doenças em populações afetadas pela obesidade.